terça-feira, 7 de setembro de 2010

Depósito da fé

Em época de eleição, o assunto é: ELEIÇÃO!

Em muito me agradam os desabafos alheios acerca do atual imobilismo-penetra das parcelas mais jovens do povão! No entanto, permitam-me falar não em nome dos jovens, nem em nome de uma geração, mas em nome dos meus 24 anos.

Também eu já votei em Luiz Inácio. Não na primeira vez em que se candidatou, mas na primeira vez em que pude votar, em 2002 - ano em que foi eleito (eu tinha, então, 16 anos e carregava uma bela visão romântica do mundo).

Hoje, já afastada daquele romantismo, surpreendo-me em pensar nessa continuidade tão desejada pela maior parte da população. Em conversas de botequim com os amigos (que não são da Filosofia), quase sempre ouço elogios escancarados ao sr.molusco; constatações de que ele fora (é) um dos melhores presidentes que esse país já teve - "Nunca antes na história desse país". Lembram-me os vovôs já crescidinhos da Era Vargas...

Pois é, por mais triste que eu possa ficar com essas impensadas atribuições, compreendo a posição deles e de nada me adianta tentar argumentar, porque, no fundo, além de Lula ser uma figura muito mais carismática que eu, nenhum deles quer deixar de crer. Lula entrou para o nosso cenário justamente sob esse enfoque, o da esperança. E, tal qual um Santo Papa, ele reina como o nosso novo pai dos pobres.

Se os brasileiros são bastardos e carentes de pai, eu não sei. Mas agora me parece que são carentes também de mãe, mãe que aguardam ajoelhados, na esperança de que ela vença a próxima batalha. Que batalha? Dilma sabe. Haveria alguém melhor para combater que a nossa guerrilheira? ou, repetindo a pergunta em tons mais apropriados: Haveria melhor adversário para combatermos?

Sabemos quem são os que votam em mamães armadas e quem são os nossos adversários.
E não me parece que o jovem necessariamente se encaixe nesse perfil de continuidade bélica. Quem vota em mamãe armada é o pobre bastardo, mas é também a engajada e jargônica elite intelectual brasileira, que em seus fiéis mandamentos não desiste do velho ideal apodrecido. É isso que me causa espanto: observar que essa camada que se julga inteligente parou no tempo e se recusa a repensar, a rever, a reavaliar, a criar e transformar. Não me parece que é só aos jovens que caberia a reclamação de imobilismo e a recomendação da aprendizagem.

Releio esses "gênios" brasileiros e o que encontro? O velho falatório de divisões e profecias! É disso que estou farta! Quando é que a repetição, no Brasil, deixará de ser a lei?

Outra coisa que me causa espanto é o espanto que eu causo quando digo que votarei nulo. Ora, se julgo que não há ninguém digno de me representar, por que eu votaria no menos pior, sabendo que ele ainda é PIOR?

E quando penso no maldito quociente eleitoral? Fico ainda mais P* da vida!

Saco cheio dos discursos dos pseudo-democratas (de esquerda!)! (rs)

Fica registrado o jovem desabafo,

Milena