terça-feira, 25 de setembro de 2007

Atemporal

O hálito do tempo
Embriaga-me o espírito.

Os dias que me somam hoje
já findaram.

As noites que correm de mim
clarearam.

Os amigos vão
As folhas caem
As idéias morrem
Os amores partem
Os navios naufragam
As flores murcham
O medo cessa
Os corpos apodrecem

De fato, novos amigos surgirão,
novas folhas brotarão,
idéias renascerão.
Amores hão de fluir,
navios a velejar,
flores a crescer.
Novos medos eu terei
e a morte sempre existirá.
Mas aqueles que partiram,
que caíram,
que se foram,
que cessaram,
esses, não voltam mais.

E se voltassem, eu é que teria de partir.
É por isso que tenho ótima memória.