terça-feira, 25 de setembro de 2007

Eu sou o equilíbrio.

Ora, imagino que todos que me interpretam, julgariam ridícula a frase acima.
Permitam-me a minha defesa.
Desde a década de 80 - quando vim ao mundo para confundir - que posso ser considerada aquilo que é definido por todos como medíocre.
Sim... não o termo pejorativo, modificado, popular.
O termo médio, mediano, o meio-termo.

Estou sempre na situação do meio.
Entendam: isso não significa que não tome atitudes, posições, que não tenha idéias; não é isso.
Tampouco fico "em cima do muro". Geralmente sou extremista e até um pouco radical.
O que ocorre é algo inerente, que nem sequer consigo explicar. É a idéia que os outros têm de mim, que me faz ter essa duplicidade, ser essa dicotomia. Na verdade, é tudo muito claro.
Vejamos se consigo esclarecer:

Sempre fui considerada a "mais-ou-menos". Nunca fui a melhor amiga, a mais bonita, a mais inteligente. Mas também nunca fui a mais detestável, horrorosa e burra.
Nunca fui sentimentalóide, mas sabia ser romântica. Não era magra, nem gorda.
Não gostava da direita, mas não podia ser esquerda. Era destra, mas sabia ser canhota.
Era amada por uns e odiada por outros. Estava sempre no meio, mas nunca ao centro.
Sempre fui a megera sensível, a doente sadia, a culpada desculpável, a egoísta solidária.

A única definição em minha vida, aos olhos alheios, é quanto à religiosidade. Nunca adotei a posição de crédula, nem quando pequena. Na infância, eu nem sequer pensava sobre isso.
Mas hoje, para a grande maioria ingrata, eu queimarei no fogo do inferno.

Eu vim para confundir!

Esse maniqueísmo moralista dos seres humanos, quando atrelado aos juízos de valor, causa-me verdadeira repugnância.
Mas se eu sou o céu e o inferno, o fogo e a água, o tudo e o nada, nessa versão meio raul-seixana da conversa, só posso chegar a conclusão de que eu sou o equilíbrio, o yan-yang, a perfeição, não?

Alguns dos meus hermenêutas, conseguem ser a metade, o meio? Alguém aí consegue ser tão medíocre quanto eu?

Eu, às vezes, sorrio quando escrevo!