Na triste casa vazia
Em que eu passava o resto do dia
Consumia, suava, perdia
A vida que ali se esvaía
Em doces pratos de absurdo
Comia as víceras restantes
Como se me faltassem dentes
Em tons de cinzas de gentes
Em inquietos "nãos" protestantes
Sempre inconformada
Sempre a não aceitar
Aquilo que pregam na praça
Aquilo que teimam doar
Doação de casto gentil
A gente desconfia na hora
Eu vivo é no Brasil
Mas não tardo e vou embora
Cansei dos palanques e vozes
Das antas a titubear
Dos "ais" vorazes e ferozes
Daqueles que pensam enganar
Deixo a corja pensar que sou
Que o erro existe e que os juízos não são humanos
Teimo em dizer que vou
Lavo o doce e penduro o pano
Fumaça de cigarro, odores
Aroma do meu pesar, de amores
Saudades da infância tardia
Que se me vou aos açôres
Não é só pelas cores
Mas pela pátria alegria.
Prendam a vida e o tédio
Que eis o melhor remédio
para os que já vão partindo
Soltem o louco, que já vou-me "indo"
Que se volto é pelo beijo de assédio
Dos homens que se me vão rindo.
Em que eu passava o resto do dia
Consumia, suava, perdia
A vida que ali se esvaía
Em doces pratos de absurdo
Comia as víceras restantes
Como se me faltassem dentes
Em tons de cinzas de gentes
Em inquietos "nãos" protestantes
Sempre inconformada
Sempre a não aceitar
Aquilo que pregam na praça
Aquilo que teimam doar
Doação de casto gentil
A gente desconfia na hora
Eu vivo é no Brasil
Mas não tardo e vou embora
Cansei dos palanques e vozes
Das antas a titubear
Dos "ais" vorazes e ferozes
Daqueles que pensam enganar
Deixo a corja pensar que sou
Que o erro existe e que os juízos não são humanos
Teimo em dizer que vou
Lavo o doce e penduro o pano
Fumaça de cigarro, odores
Aroma do meu pesar, de amores
Saudades da infância tardia
Que se me vou aos açôres
Não é só pelas cores
Mas pela pátria alegria.
Prendam a vida e o tédio
Que eis o melhor remédio
para os que já vão partindo
Soltem o louco, que já vou-me "indo"
Que se volto é pelo beijo de assédio
Dos homens que se me vão rindo.