domingo, 23 de setembro de 2007

Na brincadeira de ter que viver, o suicídio é um consolo.
A vida, essa roda gigante que insiste em girar, retorna ao ponto de partida quando anseia pelo céu e pelo abismo.
Assim sou. Esse é meu destino. Um grande parque e porquê de diversões.
Estarei fadada aos narcóticos da alegria? Terei de aceitar essa falsa felicidade? Esse súbito e etéreo sorriso infantil? Não! Mil vezes! Basta de trens fantasmas e mágicas!
Tenho as pernas tortas de tanto pisar “errado” e minha coluna sacrifica-se em insistir na postura ideal. O medo seria um passo em falso? Um sentimento forte por uma pessoa fraca seria, no mínimo, injusto. Por isso, não temo; receio? Para quê? Por quem?
Para navegar é preciso uma coluna ereta e um bom estômago. Para viver, bastam-me os tortuosos chutes alheios. Maior é aquele que comete suicídio e permanece vivo.

Besteirinhas juvenis - outubro de 2004