domingo, 23 de setembro de 2007

Para um ausente

Primeiro texto escrito para o ausente (junho de 2005):

Tenho uma pilha de filhos que jamais abandonaria: os meus escritos.
É pena que o comunista que não podia ter posses, deixou que o abandono fosse o seu senhor.
Só me restaram a ausência e uma lápide:
Aqui jaz o poeta frouxo e covarde que um dia fugiu de si e nunca mais olhou-se no espelho por vergonha dos atos podres que cometera num passado não tão remoto.

Não há nome na lápide, seria vexame demais.

Há homens que não são dignos nem do nome que carregam.


Não é rancor. É indiferença.