domingo, 23 de setembro de 2007

Ma seule vérité:

Naquela noite em que saí correndo, fugindo do mundo para que ele não me alcançasse...
Naquela noite em que o vento bateu gelado no meu rosto e secou minha lágrima como se fosse meu melhor amigo, naquela noite, cada passo que eu dava era um passo de desespero e liberdade.
E a única coisa que eu ouvia era a sonata ao luar... e cada passo ia aumentando o volume.. e a música ia ficando cada vez mais alta... e a dor também. Porque é sempre ele que está comigo. Bee...
Naquela noite, tudo que eu via tornava-se pó... porque tudo era pó diante daquilo que eu sentia. Nada era capaz de suportar aqueles olhos de apelos tristes... e eu vi. Eu vi com a alma que eu não gostaria de ter, eu vi tudo, em um segundo, virar pó. E enquanto os meus pés quase descalços iam pisando naquele chão de incertezas, enquanto tudo era pó, a cor ia ficando pálida e a respiração ofegante, enquanto isso, o que pensavas? O que fazias?
Eu corri, atravessei a rua da vida, subi no muro calmo da minha própria angústia...e você? O que fez?
O que eu encontrei? Fora o cansaço, o tédio e a mesmice? Alô mediocridade!
Respirei toda a realidade possível para que aquilo fosse apenas mais uma noite.. impossível. Quase morri asfixiada.
E o meu suor foi a prova da minha inútil tentativa. E as minhas mãos, trêmulas como as suas, foram desenlaçadas levemente pelo vento.
Naquela noite... naquela, aquela, ela: eu.
E tudo que eu queria passou a ser passado. Eu ouvi. Eu vi. Eu respirei, pisei, toquei, suei... E nada disso serviu para que eu ou você aprendêssemos que a vida passa e não volta jamais.


C'est fini le temps des rêves.

13/07/2004